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DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
FICÇÃO CIENTÍFICA URBANA
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Literatura - Contos 
CONTO 3

Havia naquele ambiente de trabalho de Direção de Novelas de uma famosa emissora mundial um núcleo. E não era artístico.

Era um núcleo nascido de momentos entre colegas de trabalho que se encontravam locais estranhos para coisas estranhas.
O Luciano estava metido nisso.

- Vamos lá cara! Você vai achar divertido.

- Claro que vou. Mas como eu faço para usar este aplicativo?

- Por enquanto você só fica olhando. 
Você não disse ser viciado em ficar olhando mulher sofrendo? 

Então...? 

Primeiro você vai passar um tempão olhando e já sabe né? 

Pode dar aquela tocada que é o que todos vão fazer mesmo, disse o praticante ininterrupto do sadomasoquismo com vulneráveis menores e mulheres que não teriam como se defender.

Naquela noite saíram 7 da emissora já coçando muito o nariz. 

Tinha até gente especialista em levar para dentro da emissora lencinhos brancos que vinham dentro de uns saquinhos. 

O pessoal costumava dizer " esse lencinho é do bom!" Era coisa cara sabe, coordenada pelo Diretor de Novelas para o pessoal relaxar nas cenas. Coisa de rico.

Ao chegarem no bar os 7 logo viram uma vítima.

Uma moça de uns 32 anos. 
Estava cansada e jantava. 
Sem acompanhante adulto seria a vítima perfeita.

Então pegaram o celular e trocaram mensagem dizendo que poderiam se preparar pois as cenas de sadismo público ficariam excelentes. 

Mensagem para o núcleo, conteúdos enviados, enviados conteúdos.

Ali os 7 iriam praticar o que chamam de Jogo da Reação.

Este jogo sadomasoquista consiste em grupos de sádicos se reunirem para sexo psicopata de modo a se deliciarem olhando para os sofrimentos, seja qual for, das vítimas. Somente considerando suas reações. Muito praticado nos EUA.

No celular um app para filmar e fotografar as cenas dos momentos que aconteceriam em seguida. 

Mas de modo muito tecnológico sabe?...As imagens das fotos captavam o som do momento, um meme.

Claro que eram metidos com tecnologia criminosa. 

As fotos de um flash único resultavam em diversos ângulos. Tinham vários recursos.

As cenas captadas seriam enviadas para o coordenador daqueles " lencinhos" (papelotes).

O Coordenador delirava com cenas de sadismos com seu marido. 
Cenas com com crianças, mulheres, animais, idosas, delirava com tudo...

Sua filha da puta, infeliz. 
Sua desgraçada!! 
Sua piranha!! 
Eu te pego sua nojenta filha da puta.

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Começara a degradação pública a pobre moça que dado a agressão verbal com tamanha monstruosidade e um ódio infernal, trabalhado no Satanismo, proferia xingamentos e maldições à jovem mãe por motivo absolutamente algum pois sequer a conheciam.

Luciano vendo as cenas delirava e  entrava em êxtase com os amigos.

Ali três de um lado da calçada e quatro na calçada do bar, do lado de fora, proferiram um show de ridicularização pública a uma moça que jamais viram com um filho de 6 anos ao lado e que até um minuto atrás jantava, tranquilamente, próximo de casa às nove da noite.

Os xingamentos fizeram os moradores abrir a janela. 

Eram terríveis e infernais.

Proferiam além de palavras torpes saudações à entidades. 

Eram expressões para além das torpezas. Eram palavras de magia e satanismo. 
Pareciam loucos. Gritavam como se a conhecessem. 

Com intimidades sexuais explícitas ditas para humilhar. 
Era um horror. 

Um momento de falas coletivas, repetitivas gritando nomes de exus e outros nomes e pedindo coisas como sucesso e dinheiro. Impressionante e infernal.

Os amigos de Luciano do outro lado da calçada filmavam tudo às gargalhadas enquanto outros ejaculavam no poste e usavam algo no nariz.

A moça sem chão. Estupefata.

Em último grau de pânico. Em choque. Em estado quase letal.

Abraçou a criança desesperada de medo que em choque vomitava a janta. 

A cena era para Lúcifer.

No bar simplesmente ninguém fez nada.
Todos.....também olhavam.

Dali, assim, só olhando, certamente um dia sairiam outros sete.
A omissão como passaporte.

A criança já em vertigem, vomitou.
A moça trêmula de morte. 

Ninguém fez nada.
Ninguém faz nada.
A moça olha para encontrar ajuda em alguém passando os olhos nas pessoas com o olhar desesperador.

E nada.
Ninguém.

Absolutamente nenhuma palavra nem atitude de exatamente ninguém. Ela que no meio de umas cem pessoas ou mais não encontrou nenhum olhar de ajuda. Ao contrário, os rostos se viravam fingindo não ver.

De repente..do nada todos foram andando.
Simplesmente andando, saindo da situação.

Se juntaram e caminharam pela rua.
Olhavam o celular, satisfeitos...e seguiram.

As expressões de horror da criança e sua jovem mãe era algo indizível. 
Pareciam petrificadas sendo atacadas por demônios.

Dois dias à frente o cena ficara ruim no estúdio. Sim estava sendo replicada. Esse era o objetivo do motivo de tudo. Mas não o fundamento. 

O fundamento era o prazer da humilhação à mulheres repetido e perpetuado em ditas cenas artísticas. Não era arte. Era crime.

Corta! Dizia o chefe.

Luciano traz teu celular aqui e mostra para esta moça a cara que ela tem que fazer....

                                     FIM

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